24 maio 2013

Fábula (ou o pecado capital da preguiça) - Série "Pequenos Delitos"

Era uma vez, um coelhinho muito esperto e uma tartaruga bem tranquila. Os dois moravam na floresta e levavam suas vidas, cada qual do seu jeito. Até que um dia, chegou uma raposa da cidade grande que, montada em seu caminhão de bugigangas importadas, anunciava que as Olimpíadas Silvestres iriam começar. Os bichos de todos os cantos vieram saber do que se tratava e já eram convidados se inscrever nas diversas modalidades esportivas oferecidas. Coelho e tartaruga deram seus nomes para participar da maratona que encerraria o grande e internacional evento.
Foram dias memoráveis, cheios de medalhas e conquistas fabulosas! Agora só faltava a prova final, onde coelho e tartaruga mostrariam ao mundo qual dos dois era mais rápido. Havia entre os comentaristas quem encontrasse pontos fortes e fracos em cada um dos atlatas, mantendo assim grande expectativa no público que veio acompanhar a maratona. Mas bastou dar a largada para ver que o coelho tinha uma velocidade absurdamente maior que seu concorrente. Aqueles que estavam torcendo para a tartaruga, logo trocaram de lado, pois ninguém gosta de ficar ao lado de perdedores.
Eram centenas de quilometros a se percorrer e a prova, provavelmente levaria toda a manhã e uma boa parte da tarde. Acontece que lá pelas tantas, a tartaruga se sentiu um pouco cansada, resolveu parar para comer uma folhinhas de alface, afinal de contas, já era hora do almoço! O coelho não tinha tempo de olhar o relógio e seguia sua corrida frenética rumo a vitória. Depois de bem alimentada, a tartaruga resolveu tirar um cochilo, pois sempre ouviu dizer que não é bom praticar exercícios muito pesados depois de comer. Foi para debaixo da árvore e dormiu.
Quando o sol já ia se pondo, o coelhinho avistou a linha de chegada! Estava exausto, mas deu o máximo de si nesses últimos metros. A bicharada estava ensandecida com o seu glorioso feito e vibraram quando rasgou a faixa o que separava da vitória! Eis o coelho, grande vencedor da maratona. Deu muitas entrevistas, tirou inúmeras fotos para revistas, estourou champagne, colocou boné com marca de cigarro e teve que aguardar 17 dias no podium até que, primeiro e segundo lugar, pudessem receber suas medalhas.

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