27 agosto 2016

Dia Mundial Sem Carro no Ano Brasileiro do IPI reduzido

           Pensei seriamente em parar no título. Ao ver a desproporção entre as ações civis e as medidas de governo para sustentar um modelo econômico falível, fico desanimado. Esse abismo faz com que qualquer proposta de mudança seja encarada como militância, algo pertencente a um pequeno grupo de radicais que fantasia um mundo melhor.
            Mas ao ouvir alguém preso no engarrafamento dizer “o transito está pior no Dia Mundial Sem Carro” eu me pergunto quem é que fantasia. Não vá me dizer que você tirou o carro da garagem esperando que ele fosse o único na rua, como se o objetivo desta data fosse abrir espaço no caótico congestionamento diário para que você pudesse passar?
            Nos dois anos em que participei do DMSC vi muitas pessoas desmerecerem as ações propostas. Gente que resiste qualquer correlação com os “militantes” e parecer ridículo ao ter uma causa... gente que não consegue assumir a situação insatisfatória da qual fazem parte. Seria mais honesto alegar falta de coragem diante dos fatos, mas vivem na fantasia de que seu carro novo supere os problemas de transporte da cidade, na ilusão de que tudo vai bem e nós é que estamos errados em questionar horas dentro de um automóvel.
            Alguém que não consegue deixar o carro na garagem por um único dia, revela sua total dependência pelo veículo – dirijo logo existo! Muitas pessoas desconhecem o ônibus que passa em frente a sua casa, e teriam a oportunidade de vencer esta barreira ontem. Alguns aceitaram o desafio, outros ficaram esperando o noticiário trazer o desfecho fatídico do evento para justificar sua ausência.

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Anexo de e-mail enviado para Aninha em 23-set-09

foto de 05-mai-2014
(poste da Vila Madalena)

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