Pensei
seriamente em parar no título. Ao ver a desproporção entre as ações civis e as
medidas de governo para sustentar um modelo econômico falível, fico desanimado.
Esse abismo faz com que qualquer proposta de mudança seja encarada como
militância, algo pertencente a um pequeno grupo de radicais que fantasia um
mundo melhor.
Mas
ao ouvir alguém preso no engarrafamento dizer “o transito está pior no Dia
Mundial Sem Carro” eu me pergunto quem é que fantasia. Não vá me dizer que você
tirou o carro da garagem esperando que ele fosse o único na rua, como se o
objetivo desta data fosse abrir espaço no caótico congestionamento diário para
que você pudesse passar?
Nos
dois anos em que participei do DMSC vi muitas pessoas desmerecerem as ações
propostas. Gente que resiste qualquer correlação com os “militantes” e parecer
ridículo ao ter uma causa... gente que não consegue assumir a situação
insatisfatória da qual fazem parte. Seria mais honesto alegar falta de coragem
diante dos fatos, mas vivem na fantasia de que seu carro novo supere os
problemas de transporte da cidade, na ilusão de que tudo vai bem e nós é que
estamos errados em questionar horas dentro de um automóvel.
Alguém
que não consegue deixar o carro na garagem por um único dia, revela sua total
dependência pelo veículo – dirijo logo
existo! Muitas pessoas desconhecem o ônibus que passa em frente a sua casa,
e teriam a oportunidade de vencer esta barreira ontem. Alguns aceitaram o
desafio, outros ficaram esperando o noticiário trazer o desfecho fatídico do
evento para justificar sua ausência.
***
Anexo de e-mail enviado para Aninha em 23-set-09
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