09 março 2018

Pelo ralo

Dois anos de terapia
E me despeço do seu nome
(Mas o que pode a ciência contra a natureza, ou a natureza contra si própria, em dias como hoje?)

A superfície de sua presença
Gruda em meu rosto
Sujeira que esfrego
E sai com a mão
Para voltar minutos depois

Não ouço vozes
Não recordo imagens
Não é você e é você
Aceito esta realidade

Vou para casa
Deixo a água escorrer
Antigo rito de purificação
Esperança de nova vida

O que descerá pelo ralo?

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