Juan é a figura que simboliza a Barcelona internacional, que consegue se adaptar e conquistar todo tipo de turistas, que fala inglês e procura se aproximar das americanas. Ainda assim, suas raízes e influências estão em uma pequena cidade afastada da famosa Barcelona. É lá que vive seu pai, um poeta magnífico e desconhecido, que se recusa a conhecer outras línguas e a publicar seus poemas. Entre estes dois pólos está Maria Elena, uma mulher excêntrica, mentora e inspiração de Juan, sem alcançar sua fama e reconhecimento. Ela aparece no filme logo após tentar o suicídio e em sua última cena tem uma arma nas mãos para matar Vicky. Entre as tentativas de ‘morrer e matar’ conhecemos uma Maria Elena que tenta se encontrar assim como Vicky e Cristina, mas que faz isso de forma exacerbada, escancarando o conflito entre o tradicional e o moderno.
Juan a todo momento tenta chamar Maria Elena a sua realidade “fale em inglês!”, ainda que nos momentos de intensa discussão ele também se utilize do espanhol. Outro aspecto interessante no que diz respeito as línguas, é que Cristina fala chinês e fez esta escolha por achar a língua bonita. Só mesmo quem tem como língua mãe o inglês pode optar por um idioma simplesmente por achar bonito. Todos os outros são movidos a aprender o inglês por razões utilitaristas já que esta é a língua internacional. Maria Elena, mesmo estando em seu país tem de falar a língua estrangeira, algo inevitável em uma cidade global.
Tão universal quanto o inglês, são os conflitos amorosos. Não há distinção entre idade ou nacionalidade, todos os casais tem a angustia de um amor incompleto: Juan e Maria Elena, Vicky e Doug, Judy e Mark (o casal de amigos), e Cristina, seja com quem for. Apesar disso, não podemos dizer que estes relacionamentos sejam infelizes. De acordo com a teoria de Maria Elena, o amor só pode existir enquanto não for realizado (ou algo do tipo!)
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Crítica do filme Vicky Cristina Barcelona, encontrada no e-mail de 2011.
(foto que a Aninha tirou lá em Barcelona)
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