No fundo do mato-virgem nasceu Victor, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. [...] Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
— Ai! Que preguiça!...
Mas a preguiça não começou aí não senhor, nem senhora! Já na barriga de mamãe, lá dentro, eu era sem pressa – também pudera, não tinha relógio nem notava diferença entre dia e noite, tudo era uma longa e morna tardinha de domingo! Ás vezes, cansado um pouco desse tédio dengoso, fazia coceirinha na garganta dela e a barriga se punha a pular e forçar minha saída pela boca! Mas ainda não era hora de largar o cordão, e nem chegando o momento eu queria sair!
No dia em que nasci, mamãe estava nas águas do Uraricoera. Saiu, enxugou o maiô acariciando bem minha casa e eu dava risada! Mas quando entregou os exames pro Dr. médico, ele não achou graça nenhuma... “Se depender desse moleque, passa dos dez meses e num nasce mais! Minha faca tá amolando, fica pronta pra tirar o menino a noite!”. Ela disse sim e eu, como não sabia falar nada ainda, fiquei quieto.
Quando a Dra. médica foi fazer mamãe nanar, acertou a agulha envenenada de sono em mim também e eu que só sabia dormir fiquei ainda mais molinho. E agora o mundo não aguentava mais me esperar, e arrancou o “futuro presidente da república” – como queria minha bisavó Maria – daquela barriga cheia. Viraram de ponta-cabeça, deram tapa na bunda, chacoalharam, gritaram no ouvido e eu empretecendo pela falta de ar! Cheguei a ficar retinto e o Dr. médico não sabia mais o que fazer! Foi ai então que abri a boca, assim bem grande,,, mas não se ouviu choro nenhum e alguém falou baixinho na orelha do outro “Deve ser mudo o coitado” e o outro respondeu “Nada, o pequeno tá bocejando!”.
Quando a Dra. médica foi fazer mamãe nanar, acertou a agulha envenenada de sono em mim também e eu que só sabia dormir fiquei ainda mais molinho. E agora o mundo não aguentava mais me esperar, e arrancou o “futuro presidente da república” – como queria minha bisavó Maria – daquela barriga cheia. Viraram de ponta-cabeça, deram tapa na bunda, chacoalharam, gritaram no ouvido e eu empretecendo pela falta de ar! Cheguei a ficar retinto e o Dr. médico não sabia mais o que fazer! Foi ai então que abri a boca, assim bem grande,,, mas não se ouviu choro nenhum e alguém falou baixinho na orelha do outro “Deve ser mudo o coitado” e o outro respondeu “Nada, o pequeno tá bocejando!”.
Sim! preguiçoso desde sempre...
ResponderExcluirnão é a toa que o seu presente de dia dos namorados foi uma rede...
vixe... espero que não seja genético! =D
bjss
Ia comentar esse post
ResponderExcluirMas fiquei com uma preguiça ....
Olha, se eu nao fosse tão preguiçoso eu iria comentar sobre esta história....
ResponderExcluirVou dormir..
Nossa Aninha, eu cheguei a escrever que era genético e apaguei! Ainda bem, né?! E Gui e Hector, eu agradeço mesmo assim, porque pelo menos vocês não ficaram com preguiça de ler, né?? NÉ?!?!!
ResponderExcluirhahahaahha adorei! ainda mais com o comentário da aninha pra complementar!
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